Desenvolver a autoestima de crianças e adolescentes é de total importância para que elas aprendam a se valorizar, tenham um crescimento saudável e se tornem adultos mais confiantes.
A infância e a adolescência são as fases mais importantes para a construção da identidade de qualquer pessoa. Por isso, trabalhar desde cedo a temática da autoestima junto às crianças e aos adolescentes é uma das formas mais eficazes de assegurar que eles tenham um crescimento saudável e consigam manter um relacionamento mais gentil com eles mesmos.
A melhor parte sobre a construção da autoestima é que pais, familiares e/ou responsáveis podem ser instrumentos de total importância para ajudar as crianças e adolescentes no processo de autovalorização e amor-próprio. Quer saber como? Continua com a gente na leitura do post para descobrir!
A autoestima começa a ser construída na infância
A autoestima infantil é fundamental para que as crianças se desenvolvam de forma satisfatória e saudável. É por meio dela que auxiliamos os pequenos a se tornarem adultos mais confiantes e seguros de si. A infância é o momento em que nossa identidade e nossas percepções sobre nós mesmos e sobre os outros começam a ser moldadas.
Trabalhar a confiança estimula, a longo prazo, um melhor comportamento individual e social nas crianças. Estudos apontam que a criança que tem a autoestima boa tende a lidar melhor com as adversidades e frustrações que podem surgir, pois, elas já conseguem entender quais são os seus pontos fortes e pontos de melhoria.
A autoestima infantil está relacionada à relação que a criança tem consigo mesma (como ela se vê e como se autoanalisa em situações em que precisa realizar alguma coisa).
As conexões e relações (de amizade e também de cunho parental, familiar e escolar, por exemplo) que a criança vai estabelecendo durante o seu crescimento auxiliam em seus processos de construção de autoestima e de autovalorização.
Por isso, é necessário que tenhamos um olhar mais atento e empático na hora de demonstrarmos afeto e apoio ou pensarmos em criticar as atitudes ou até mesmo a aparência dos pequenos.
É fundamental que, desde cedo, pais, familiares e/ou responsáveis comecem a ajudar as crianças a desenvolverem um olhar de auto amor e autovalorização. Também é importante que estejam alertas aos sinais que os pequenos demonstram e que podem indicar problemas de autoimagem.
Autoestima em adolescentes
Quando não cuidamos da autoestima de uma criança, estamos contribuindo para que ela não tenha um desenvolvimento saudável e acabe demonstrando sinais de falta de amor-próprio na puberdade.
A adolescência costuma ser uma das fases em que os jovens mais buscam por aceitação, identificação e validação. Essa é a fase em que incertezas, descobertas e mudanças físicas ocorrem de maneira muito rápida. Os pelos e as espinhas começam a aparecer, a voz engrossa, a menstruação chega e o adolescente sente cada vez mais necessidade de se encaixar em novos grupos.
Os hormônios estão se aflorando na fase da adolescência e, em alguma medida, podem contribuir para intensificar sentimentos de atração e/ou rejeição e cobranças relacionadas à graduação e à carreira.
Todas essas mudanças afetam de forma significativa a saúde mental dos adolescentes, contribuindo ainda mais para o aparecimento de problemas de autoestima e autoconfiança.
Da mesma forma que as crianças, os adolescentes também demonstram sinais de baixa autoestima. Por isso, se estivermos atentos a essas demonstrações, poderemos ajudar os jovens a enfrentá-las e solucioná-las.
Conheça os sinais de baixa autoestima em crianças e adolescentes
É importante que você saiba identificar os sinais que as crianças e os adolescentes demonstram e que indicam problemas de baixa autoestima. Se estivermos atentos a essas demonstrações, ficará mais fácil de identificarmos e encontrarmos formas para resolver as eventualidades da melhor maneira possível, concorda?
Abaixo, listamos alguns dos principais sinais de baixa autoestima demonstrados por crianças e adolescentes:
1. Isolamento: Ocorre quando a criança ou o adolescente passa a sentir cada vez menos vontade de ter momentos de lazer ou interação com sua família e seus amigos. É importante prestar atenção se os indivíduos são sociáveis ou se apresentam traços de introversão. Geralmente, a atitude de isolamento também acompanha sinais de tristeza e desânimo.
2. Baixo rendimento escolar: Ocorre quando a criança ou o adolescente começa a tirar notas baixas no colégio e perde o interesse em realizar atividades escolares que antes eram suas favoritas.
3. Palavras negativas sobre si mesmo: Ocorre quando a criança ou o adolescente faz comentários autocriticando sua aparência ou até mesmo suas habilidades. Eles costumam expressar o que estão sentindo por meio de frases como “ninguém gosta de mim”, “não consigo fazer isso”, “sou feia(o)”, “queria ser como tal pessoa”, etc.
4. Necessidade de aprovação: Acontece quando a criança ou o adolescente se mostra excessivamente sensível ou preocupado(a) diante de comentários de outras pessoas ou deles mesmos (é comum que eles se sintam receosos em dar suas opiniões porque temem que outras pessoas as invalidem). Eles estão o tempo todo buscando serem aceitos e valorizados por terceiros.
5. Agressividade: Em uma tentativa de esconder seus sentimentos e suas emoções e lidar com as frustrações pelas quais estão passando, crianças e adolescentes podem apresentar mau comportamento. Atitudes essas que acabam afetando as relações que eles mantêm com outras pessoas.
6. Desiste de uma atividade antes mesmo de tentar: Ocorre quando a criança ou o adolescente desiste de uma atividade logo após ou antes mesmo de tentar realizá-la. Eles evitam se envolver com atividades que os desafiem, pois pensam que não são capazes de realizá-las (falta de crença no próprio potencial). Geralmente, esse sinal vem acompanhado do medo e da insegurança em errar.
7. Mudança de humor constante: Ocorre quando a criança ou o adolescente apresenta mudanças variadas de humor (explosões de raiva, choro, silêncio, tristeza etc.) em um curto intervalo de tempo.
Como pais, familiares ou responsáveis podem ajudar no processo de construção da autoestima de crianças e adolescentes?
Agora que já conhecemos alguns dos sinais de baixa autoestima em crianças e adolescentes, é importante estarmos cientes de como pais, mães, familiares, responsáveis ou amigos(as) podem ajudá-los no processo de construção do amor-próprio.
Abaixo, listamos algumas práticas que podem ser úteis para lidar com os sinais outrora citados, ao mesmo tempo em que te ajudará a elevar a autoestima das crianças e dos adolescentes:
Diálogo e tempo de qualidade:
Atire a primeira pedra quem não gosta de se sentir importante e cuidado! Sabe-se que o diálogo é fundamental para entender a forma como as crianças e os adolescentes estão se sentindo. Faz toda a diferença perguntar como foi o dia na escola, com quem brincaram e como estão se sentindo naquele dia, por exemplo. As crianças e os adolescentes também se sentem amadas e importantes quando são abraçadas e beijadas por seus afetos.
Aprenda a ouvir as crianças e os adolescentes e evite invalidar seus sentimentos. Ao invés disso, ajude-os a lidarem com a forma como estão se sentindo. O importante é fazer as perguntas de maneira certa para que eles se sintam seguros para desabafar com você, isso fará com que eles entendam que aquele é um gesto genuíno da sua parte.
O tempo de qualidade também é muito importante para a construção da autoestima das crianças e dos adolescentes. Procure sempre um momento para dar atenção a eles. Mostre-se interessado(a) em participar dos programas que as crianças e os adolescentes gostam de fazer e não deixe de cultivar bons momentos com quem você ama.
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Elogios e afetuosidade:
Elogios e demonstrações de afeto são importantes para a autoestima das crianças e dos adolescentes. Por isso, é fundamental sempre reforçar para seus afetos o quanto eles são importantes e o quanto você os ama. Elogie não somente a aparência, mas também deixe-os saber o quanto você fica feliz quando eles fazem algo legal. Parabenize-os e valorize seus esforços.
Às vezes, as crianças e os adolescentes fazem comentários negativos sobre si mesmos. Nessas ocasiões, uma boa dica é conversar e buscar entender os motivos que os levam a se autodepreciar.
Uma atitude que pode parecer simples para você pode ser muito importante para uma criança ou um adolescente! Podemos ajudar as crianças e os adolescentes a construírem autoestima e se manterem motivados e confiantes quando, por exemplo, reconhecemos seu empenho e elogiamos o potencial que esses indivíduos têm para fazer algo.
Apoio e incentivo:
É importante que, desde cedo, comecemos a falar palavras de incentivo para as crianças e os adolescentes. Frases como “você é forte”, “te aceito e te amo da forma que você é”, “tenho muito orgulho de você” ajudam não somente a fortalecer as relações interpessoais como também impactam diretamente na forma como elas se enxergam e se auto rotulam. Lembre-se de que dificilmente as pessoas esquecem das coisas que são ditas para elas!
Geralmente, atitudes consideradas simples para os adultos podem ser extremamente significantes para as crianças e os adolescentes. Elogiando ações como organizar os brinquedos ou arrumar a cama fazem com que eles se sintam confiantes e capazes de fazer as coisas.
Quando a criança ou o adolescente se mostrar interessado em realizar alguma atividade, é fundamental que você apoie suas vontades. Nada de falar frases como “você não vai conseguir fazer isso” ou dizer coisas que os desestimulem, hein? Sempre procure demonstrar incentivo e se mostre disponível para encontrar formas de realizar aquilo!
Cuidado com as críticas:
No caso de precisarmos corrigir algum erro cometido pela criança ou pelo adolescente, devemos nos focar inteiramente na situação. Explique que a atitude não é correta, mas não critique ou fale coisas negativas sobre a criança ou o adolescente.
Por exemplo: se a criança estiver fazendo muita bagunça, não a chame de bagunceira. Ao invés disso, converse com ela e diga que, naquele momento, sua atitude não é correta. O importante é tentar mostrar o que ele fez de errado e apontar caminhos para a resolução do problema.
Cuidado com as comparações e rótulos:
Assim como todas as pessoas, as crianças e os adolescentes também têm aptidões e limitações. Por isso, é importante que você saiba respeitá-las, não exigindo mais do que elas podem realizar no momento.
Também é importante não permitir que crianças e adolescentes se apeguem a estereótipos. Saiba que a utilização de adjetivos como “gordinho(a)”, “magrelo(a)”, “dentuço(a)”, entre outros, impacta diretamente a forma como elas se enxergam.
Compará-los com outras pessoas também prejudica de forma significativa a autoestima e autoconfiança deles. Desde cedo, é importante entender que as pessoas são diferentes umas das outras e que está tudo bem: as diferenças tornam cada ser humano único e especial.
Criando situações que geram autonomia:
É fundamental que você demonstre para a criança ou para o adolescente que confia neles. É importante criar situações em que eles possam desenvolver sua autonomia e fazer suas próprias escolhas.
Uma boa alternativa é, de acordo com a idade, deixar a criança ou o adolescente participar mais ativamente das atividades domésticas (é claro que você deve supervisionar as tarefas para evitar que nenhum tipo de acidente aconteça!). Por exemplo: você pode pedir ajuda para fazer um bolo e, quando for decorá-lo, deixar que eles soltem a criatividade e confeitem o doce da forma que quiserem.
Ao permitir que a criança ou o adolescente escolha a roupa que está ansiosa(o) para vestir, o penteado que deseja fazer ou o filme que quer assistir, por exemplo, você contribui para o desenvolvimento da autonomia e da autoconfiança dos mesmos.
Ajuda para lidar com as emoções:
É muito importante que você ajude as crianças e os adolescentes a lidarem com suas próprias emoções. Sabemos que lidar com sentimentos como frustração, tristeza e dor, nem sempre é uma tarefa fácil. Entretanto, faz toda a diferença demonstrar que você se importa e que está ali para prestar apoio!
Validar os sentimentos da criança ou do adolescente, demonstrando que se importa com o que eles sentem, é uma atitude que só tende a fortalecer a relação entre vocês. Além disso, essa também é uma ótima forma de você se aproximar e compreender de maneira eficaz os problemas pelos quais a pessoa está passando. Tendo ciência deles, fica mais fácil oferecer o melhor tipo de ajuda.
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Psicoterapia:
O auxílio de profissionais qualificados também faz total diferença na vida das crianças e dos adolescentes. A psicoterapia é uma alternativa que ajuda as pessoas a ressignificarem seus sentimentos e contribui para que a criança ou o adolescente tenha uma relação melhor consigo mesma e também com as pessoas com as quais convive.
Consequências que uma baixa autoestima pode gerar em crianças e adolescentes
Desenvolver a autoestima das crianças e dos adolescentes é fundamental para a formação de adultos mais confiantes. A baixa autoestima pode se tornar um problema ainda maior na vida adulta porque o indivíduo ainda terá as mesmas atitudes de insegurança e baixa autoestima, afetando assim não só a sua vida particular, mas também as suas relações sociais e profissionais.
Estudos apontam que a baixa autoestima pode contribuir para o surgimento de casos de depressão e ansiedade. Por isso, é necessário estarmos atentos ao comportamento das crianças e dos adolescentes. É fundamental que eles aprendam a desenvolver o amor próprio e a autoconfiança e cabe aos adultos conduzi-los nessa jornada de aceitação.
O apoio emocional de pais, familiares, amigos e /ou responsáveis faz e fará total diferença na vida das crianças e dos adolescentes. O suporte que esses indivíduos recebem durante a infância e a adolescência contribui para torná-los adultos mais equilibrados, confiantes e saudáveis. O apoio também é capaz de prepará-los para as dificuldades que eles irão enfrentar ao longo da vida.
A Fundação Iniciativa e o processo de construção da autoestima dos acolhidos
Aqui na Fundação Iniciativa, nós também trabalhamos para que as crianças e os adolescentes acolhidos aprendam a desenvolver a autoestima, a autonomia, a autovalorização e o amor próprio da melhor forma possível. Por meio dos nossos projetos, possibilitamos que elas aprendam desde cedo a desenvolver suas habilidades pessoais e sociais.
Também temos psicoterapeutas qualificados à disposição das crianças e dos adolescentes. A missão desses profissionais é auxiliar o desenvolvimento socioemocional de nossos acolhidos.
As crianças e os adolescentes contam com uma rede de apoio muito especial para aprenderem a se relacionar com o mundo e com as pessoas, a lidarem com suas próprias emoções e, principalmente, construírem uma relação com muita autoestima e autoconfiança.
Gostou desse conteúdo? Ficou com alguma dúvida em relação ao tema? Deixa pra gente nos comentários!
Por: Lucianny de Jesus Ribeiro Vieira.