Camada 1@0.5x_neg
O final feliz de Keuer: conheça a história da jovem que ficou sob os cuidados da Fundação Iniciativa durante seis anos
Compartilhar

Menina foi entregue pela mãe à instituição ainda na primeira infância. Hoje, já adulta, ela faz parte do quadro de funcionários do local.

A história de vida de Keuer Maiara Sampaio dos Santos, hoje com 26 anos, definitivamente não começou a ser escrita da mesma maneira que muitos autores iniciam suas idílicas narrativas de contos de fadas. Ainda quando criança, a curitibana foi entregue pela mãe aos cuidados da Fundação Iniciativa, instituição que prontamente acolheu a pequena e lhe ajudou a caminhar rumo a um final feliz. 

Keuer tinha por volta de 5 anos quando passou a residir em uma das casas mantidas pela Fundação. Olhando para trás e fazendo uma análise de seu passado, a moça comenta que não condena a mãe pelo fato de ela ter aberto mão de sua criação. “Consigo entendê-la. Na época, minha mãe apenas desejava me ver morando em um local seguro, tomando banhos quentes, frequentando a escola, brincando com outras crianças e tendo horários regrados para realizar minhas atividades”, pontua. Metaforicamente falando, era como se a mãe de Keuer quisesse que a filha, sua princesa, tivesse a oportunidade de viver dentro de um lindo e harmonioso castelo. 

Mesmo exteriormente não se parecendo em nada com as construções fortificadas que, nos livros, abrigam gente da realeza, a residência na qual Keuer morou por 6 anos acabou virando seu refúgio encantado. “Sempre foi como se estivesse vivendo em uma família normal. Meus pais sociais tinham filhos que eu considerava irmãos. Gostei de ter tido essa experiência, pois ela me permitiu aprender muitas coisas”, relata a jovem, acrescentando que naturalmente, com o passar do tempo, a estrutura física das casas lares mantidas pela Fundação evoluíram significativamente.

“Hoje em dia, as crianças e os adolescentes podem, por exemplo, desfrutar de espaços como salas de televisão e brincar com brinquedos novos. Também existem educadores sociais e auxiliares de limpeza que ficam à disposição dos indivíduos”, conta, referindo-se a outros tipos de benefícios oferecidos. 

Aos 11 anos, Keuer deixou a casa lar para morar com o pai, que, *de acordo com ela, lhe recebeu de braços e coração aberto*. Aos 14, a menina, finalmente, pôde reencontrar a mãe. “Mesmo não tendo muitas memórias da mulher que me trouxe ao mundo, eu sempre a amei. Me senti realizada quando pude vê-la novamente”, explica. A esta altura, Keuer provavelmente já conseguia perceber que sua vida estava entrando nos eixos. O que talvez não passava pela sua cabeça era a noção de que seu envolvimento com a Fundação não terminaria em um simples virar de página. 

De volta ao castelo para ajudar príncipes e princesas da nova geração

Embora tenha percorrido muitos caminhos, a carruagem que Keuer tomou após deixar a casa lar nunca perdeu de vista seu ponto de partida inicial. Foi ali que, depois de várias andanças, a jovem desembarcou novamente para prestar auxílio aos príncipes e às princesas atendidos pela Fundação na atualidade. 

Hoje, Keuer trabalha na Fundação como auxiliar de limpeza. Ela conta que ficou alegre ao voltar ao local que lhe devolveu, além dos sonhos, a força de que precisava para enfrentar os problemas que, vez ou outra, surgem até mesmo nos reinos mais estruturados. “Estar aqui novamente me deixa muito feliz. Consigo passar essa minha emoção para as crianças porque, para mim, é fácil compreendê-las. Por exemplo: aconselho-as sobre a importância de se manterem pacientes, pois, em algum momento, eu também já tive medos e inseguranças e achei que nunca iria embora da casa lar”, desabafa. 

Acontece que, por coincidência do destino ou não, Keuer pôde recomeçar a vida fora das paredes do castelo onde viveu parte de sua infância. De princesa, a jovem virou rainha e, ao assumir a posição mais privilegiada da hierarquia real, entendeu que deveria fazer pelos seus semelhantes tudo o que um dia já fizeram por ela. “Na Fundação, as crianças e os adolescentes são abraçadas, ouvidas e acolhidas por todos. Fico muito contente com isso”, revela, convicta de que finais felizes não se restringem somente aos livros. 

Por: Lais Pontin Matos

Compartilhar