A Fundação Iniciativa, em seu dever institucional de zelar pelos direitos da infância, chama seus amigos e apoiadores para fazer ecoar este grito em prol da infância.

A percepção de infância enquanto digna de direitos surge junto com as próprias revoluções na dinâmica do trabalho, em momentos onde era fácil observar crianças em minas de carvão, em fábricas mal ventiladas e repletas de agentes danosos à saúde. Desde que o risco aumentou, aumentou também a luta. A mortalidade infantil diminuiu, crianças já não trabalham a não ser na esteira da clandestinidade. O repugnante abuso sexual é objeto de constante investigação e punição. Evoluímos, mas não e forma igualitária ou holística. Falta superar muito do que a lógica do consumo fez com nossos pequenos.

 “Por que roubar esses inocentes das alegrias que passam tão rapidamente?”, com essa reflexão do filósofo Rousseau, convidamos os cidadãos, o estado, a iniciativa privada e nossos colegas do terceiro setor a olhar para infância lembrando que é ali a morada do futuro.

Aos cidadãos o dever de agir em comunidade, colaborando solidariamente para garantir um mundo seguro e proveitoso aos nossos pequenos. Ao estado, o dever de prover políticas públicas alinhadas com a proteção integral da infância, levando em conta todos os direitos consagrados tanto pela Constituição Federal quanto pelo ECA. À Iniciativa privada, o dever de agir eticamente para com a infância na publicidade, nas ações comerciais e na produção de bens e serviços. Por fim, ao terceiro setor, a tarefa constante de ser o núcleo da luta, o panóptico de onde observamos e agimos.

Infância não é entretenimento ao adulto, tampouco versão em miniatura da vida adulta, não é objeto de exploração, mas de cuidado. Infância, antes de tudo, é fase de direitos!

Curitiba, 24 de Janeiro de 2023