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Setembro Amarelo: importância da educação emocional entre crianças e adolescentes
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Conheça a importância da educação emocional na promoção da saúde mental desde tenra idade

A infância é uma fase repleta de perguntas, curiosidades, descobertas e, muitas vezes, emoções intensas. Uma ferramenta importante para a autorregulação das emoções de crianças e adolescentes é a educação emocional, que consiste em uma forma de prevenção primária a questões mais graves, como o suicídio e automutilação.

Divulgação: Freepik


O que é educação emocional?


Educação emocional é um processo contínuo e permanente que ajuda as pessoas a desenvolverem suas habilidades emocionais. Portanto, ela capacita os indivíduos a compreenderem e lidarem com suas próprias emoções, o que possibilita a prevenção de danos emocionais mais sérios.

Fernanda Reis, psicóloga da Fundação Iniciativa, destaca que um dos primeiros passos deste trabalho com crianças é ajudá-las a nomearem suas emoções, pois a identificação é o caminho para a compreensão.

Uma série de benefícios estão associados à educação emocional, incluindo o desenvolvimento de habilidades de autorregulação emocional, empatia e resiliência. Tais competências capacitam as crianças a enfrentar desafios emocionais e a prosperar na vida, impactando positivamente áreas como o aprendizado, relacionamentos interpessoais e resolução de problemas.

Como promover a educação emocional entre crianças e adolescentes?


Promover a educação emocional em crianças e adolescentes é uma tarefa importante que pode ser realizada em conjunto com pais e educadores. Assim, tal atividade requer consistência, paciência e empatia com os pequenos. É um processo contínuo que pode ter um impacto positivo duradouro na vida das crianças, ajudando elas a enfrentarem seus desafios emocionais com confiança e resiliência.

Profissionais da área da psicologia sugerem que pais e educadores auxiliem a criança ou o adolescente a identificar e nomear suas emoções, além de reconhecer os fatores que levaram à manifestação de suas emoções e ao seu comportamento diante delas. Por exemplo, se uma criança reage com gritos ou bate quando é contrariada, você pode perguntar como ela está se sentindo e incentivá-la a utilizar palavras para descrever suas emoções, o que ajuda a criança a entender e comunicar suas emoções.

Estratégias para lidar com as emoções consistem no desenvolvimento do autoconhecimento, do autocontrole, da empatia e da resiliência. Neste caso, pode-se ajudar os jovens a perceberem suas emoções sem que sejam dominados por elas. Uma das estratégias usadas envolve não agir de acordo com a emoção, mas tentar ter uma ação oposta a esta. Você pode orientar o jovem a ter uma ação amável quando ele está com raiva, por exemplo.

Como falar sobre suicídio com crianças e adolescentes?


Geralmente, crianças e adolescentes possuem mais dificuldade em compreender seus próprios pensamentos e sentimentos do que os adultos. Portanto, é fundamental abordar questões relacionadas a pensamentos autodestrutivos de forma direta para auxiliá-los na identificação de suas emoções e na percepção de eventuais sintomas que possam se manifestar.

Fernanda Reis cita estratégias para abordar a questão com crianças e adolescentes. A psicóloga enfatiza a importância de expandir iniciativas de conscientização que abordem os fatores sociais relacionados ao suicídio.

Além disso, Fernanda destaca a relevância de implementar projetos que esclareçam dúvidas por meio de métodos como conversas abertas, palestras e atividades interativas, direcionados tanto ao público jovem quanto às pessoas afetadas por essa realidade.

Abordagem com crianças
  1. Converse com a criança sobre seus sentimentos, auxiliando na identificação e compreensão de suas emoções.
  2. Encoraje a expressão dos sentimentos da criança por meio de palavras, escrita, desenhos ou outras formas saudáveis de expressão emocional.
  3.  Ajude a criança a entender que sentir emoções desconfortáveis, como tristeza ou raiva, é normal, mas também mostre como reconhecer quando essas emoções se tornam intensas.
  4.  Eduque a criança sobre a importância de identificar adultos de confiança e mostre que, se um adulto não puder ajudar com um problema específico, há outros que podem.
Sinais de alerta:
  • 6 a 8 anos: nessa faixa etária, sinais podem incluir dificuldades na verbalização, aumento das queixas físicas, choro frequente, irritabilidade inexplicável e perda do prazer em atividades.
  • 9 a 12 anos: crianças mais velhas podem apresentar baixa autoestima, sentimentos de culpa, desesperança, tédio, isolamento social e medo da morte.
  • 13 a 18 anos: adolescentes podem exibir maior irritabilidade, impulsividade, mudanças de comportamento, queda no desempenho escolar, aumento do sono e apetite. Eles também enfrentam risco de suicídio semelhante aos adultos, com probabilidade de depressão crônica e associação genética mais forte.
Ações preventivas:

– Esteja atento aos sintomas depressivos em crianças e adolescentes e converse com eles sobre suas emoções.
– Reconheça que a adolescência pode ser estressante e aborde temas emocionais com empatia.
– Discuta os perigos do uso de álcool e drogas como estratégias inadequadas para lidar com o estresse.
– Ajude-os a reconhecer emoções, pensamentos e comportamentos que podem sinalizar problemas de saúde mental.
– Encoraje a expressão aberta de sentimentos, oferecendo um ambiente de escuta atenciosa e sem julgamentos.
– Em caso de expressão de pensamentos suicidas, procure ajuda profissional imediatamente e esteja presente para apoiar o adolescente durante o processo.

Educação emocional entre crianças acolhidas


Maus-tratos, como negligência, abuso físico, emocional e/ou sexual, bem como a vivência de violência doméstica, são fatores de risco significativos para comportamentos autodestrutivos em adolescentes. Esses jovens muitas vezes enfrentam um ambiente hostil e conflituoso, o que impacta negativamente em sua autoestima e bem-estar psicológico. Em tais contextos desafiadores, as habilidades para enfrentar adversidades podem ficar comprometidas.

Através de atendimentos terapêuticos lúdicos e uma escuta afetiva, a Fundação Iniciativa trabalha no acompanhamento do desenvolvimento psicossocial e emocional de crianças e adolescentes acolhidos. O objetivo é oferecer a eles um espaço de acolhimento para expressar seus sentimentos e emoções, especialmente aqueles relacionados à sua difícil realidade de afastamento do convívio familiar e à convivência em um ambiente institucional.

“Promovemos atividades lúdicas e pedagógicas em grupo, visando o desenvolvimento das funções psicológicas superiores e o fortalecimento do senso crítico”

Fernanda Reis, psicóloga da Fundação Iniciativa

A promoção da educação emocional desde a infância desempenha um papel essencial na prevenção do suicídio. Capacitar crianças e adolescentes a compreender e lidar com suas emoções não só melhora sua qualidade de vida atual, mas também estabelece as bases para um futuro mais saudável e resiliente. 

Neste Setembro Amarelo, recordemos que a prevenção começa desde cedo, com o investimento na educação emocional. Assim, juntos, podemos oferecer a esses jovens um caminho de esperança e transformação.

O Centro de Valorização da Vida – CVV possui uma rede de voluntários treinados que atendem gratuitamente a todos que necessitam de apoio emocional. É possível entrar em contato com o órgão 24h por dia através do telefone (disque 188), por e-mail ou chat.

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